Arquivo in Sônia: Mafalda – Ao vivo no Sesc Campinas (2004)

No final da primeira metade dos anos 2000, Campinas/SP borbulhava em um verdadeiro caldeirão de novas bandas e excelentes músicos, nessa época surgiram bandas como The Blue John Incident, Makazumba, All Jokers, Shame, Infinity entre muitas outras que mais tarde dariam origem a bandas como Golfo de Vizcaya, Thriven e Nova Pasta.

Na época o principal reduto alternativo e ponto de encontro dessas bandas era o Centro Cultural Antimatéria onde aconteciam a maioria dos shows desse período. Em meio a esse turbilhão cultural surgiu uma banda que segundo sua vocalista, Carol Teracine “teve a duração de um espirro”, essa banda era o “Mafalda”.

mafaldaO grupo que contava ainda com a participação de Gabriel Duarte (baixo e voz), Eduardo Miranda (guitarra) e Lucas Penha (bateria), gravou em 2004 provavelmente seu único registro captado durante uma apresentação ao vivo no Sesc Campinas.

Confira abaixo duas músicas retiradas dessa apresentação.

Confira aqui também uma entrevista que realizamos com Carol Teracine em 2013.

Good Coffee!

Golfo de Vizcaya disponibiliza “Há Um Tempo Danço Só”. Escute aqui!

Na última quarta-feira (11/06) a banda campineira Golfo de Vizcaya, formada por Sylvio Scarpeline (guitarra e voz), Bruno Consani (guitarra), Laercio Bizzarri (baixo) e Gabriel Alves (bateria), disponibilizou via SoundCloud seu novo single; “Há Um Tempo Danço Só”.

golfo de vizcayaA música, gravada por Jose Bichoff no Estúdio Sincopa em Campinas/SP, contou ainda com a participação especial de Pedro De Conti (vocalista da banda Thriven) nos vocais e  com o baixo gravado por Mauricio Frazatto (baixista da banda Syndroma).

Confira aqui o novo som da banda e também dois vídeos exclusivos filmados pelo Café in Sônia durante a produção do single!

 

 

 

Good Coffee!

Show de reunião das bandas Meia Lua e Soco e Makazumba (Entrevistamos Sylvio Scarpeline, Laercio Bizzarri e Guilherme Negri)

Hoje (Domingo, 15/12) acontece no Quintal do Gordo em Campinas/SP o tão aguardado show de reunião das bandas Meia Lua e Soco e Makazumba, duas bandas importantes e que marcaram o cenário independente local durante a primeira metade dos anos 2000.

O show conta ainda com a participação das bandas Don Rámon (Campinas/SP) e Shame (Paulínia/SP), essa apresentando na integra músicas do disco “Amargas Lembranças”. O Quintal do Gordo ainda irá oferecer um cardápio de culinária vegetariana, sorteio de tatuagens e discotecagem rock com o DJ Crypiton. O show também marca o lançamento do fanzine Canibal Vegetariano em Campinas!

Entrevistamos aqui Sylvio Scarpeline (Vocalista da banda Meia Lua e Soco), Laercio Bizzarri (Baixista da banda Meia Lua e Soco) e Guilherme Negri (Vocalista da banda Makazumba) que nos falaram um pouco sobre o show de reunião, expectativas, planos e muito mais.

promoGuilherme, fale um pouco sobre essa da reunião do Makazumba. Como surgiu a ideia? Como foi voltar a ensaiar as musicas e qual sua expectativa para o show domingo?

Guilherme – A iniciativa partiu do Sylvio, ele bolou uma homenagem ao Makazumba tocando alguns sons com o o Meia Lua e Soco para este show do dia 15. Quando fizemos os primeiros ensaios com o Meia Lua a empolgação tomou conta e não teve jeito, vamos voltar a tocar! Já recrutamos nosso primeiro baterista o Pit e em breve vamos voltar a tocar com a formação completa, inclusive já estamos com 6 músicas sendo compostas (risos).

O Meia Lua Soco também faz um show de reunião neste domingo. Sylvio, fale um pouco dos preparativos do evento e de como surgiu a ideia de reunir as duas bandas? (já que você também participa do Makazumba).

Sylvio – Cara, primeiramente pela vontade de tocar, faz tempo que eu não fazia um show e faz tempo que eu não via a galera colar nos shows underground. Acho que essa vontade que fez eu entrar em contato com Zazá e organizar um evento lá no Quintal do Gordo, que para mim é um dos maiores picos em potencial para bandas e eventos underground. Os preparativos estão se resumindo em muitos ensaios, principalmente por que vamos tocar uma musica inédita no show.

Quintal do Gordo

Quintal do Gordo – Foto: Júlia Magalhães

Guilherme, conte um pouco da história da banda (Makazumba), como surgiu, primeiras formações e também sobre a forte participação da banda na causa animal.

Guilherme – A banda surgiu através de amigos comuns aqui em Campinas e quase sempre se manteve com a mesma formação, apenas variando nosso baterista. O famoso Birinho, conhecido da cena hardcore campineira e que mudou-se para os EUA a alguns anos, então recrutamos o nosso primeiro baterista o Pit. Os demais instrumentos mantiveram-se sempre os mesmos.

Muita gente nos associa a causa animal, fizemos diversas ações na região, de protestos na frente dos rodeios, palestras sobre vegetarianismo, eventos com feijoada vegetariana entre outros, foi a causa mais “panfletaria” da banda e um ponto que sempre batemos muito.

Apesar da causa animal ficar mais evidente nós sempre nos identificamos como uma banda ativista em diferentes causas, dentre as que  escolhemos defender eu acredito que duas foram muito importantes: Ser autoral e o faça você mesmo.

Naquela época, e sinto que isto perdura até hoje no cenário da música da região é um cenário composto por muitas bandas covers. E isto nos incomoda absurdamente, nada contra quem gosta, nós também somos fãs de diversos artistas e bandas mas pra nós isto nunca fez muito sentido.

Estamos no Brasil, em Campinas e nós queremos nos conectar com as pessoas, conhece-las e escutar o que elas tem a dizer.  E o que a gente via era um monte de bandas tentando imitar famosos e se digladiando para ver quem era o melhor imitador. Eu to de boa, já joguei muito imagem e ação quando era criança.

Então iniciamos com um movimento de cantar em português, de falar sobre nossa realidade, falar sobre nossa vida e nos conectar as pessoas ao nosso redor. E foi exatamente isto que aconteceu, junto com outras bandas e pessoas começamos a criar um movimento, iniciamos algo concreto e conjunto.

Sylvio, atualmente você integra a banda Golfo de Vizcaya que está em estúdio gravando seu novo EP. Como está sendo o processo de gravação e quando e como será lançado esse novo material?

Sylvio – Estou ficando muito satisfeito com resultado, não só eu como todos que integram o Golfo e para quem tem banda sabe que isso é raridade, nem todos integrantes de uma banda gostam de entrar em um estúdio e dedicar tempo a isso, é cansativo, existe a cobrança. Mas no Golfo todos entendemos isso. Mesmo que role um atrito ou outro sabemos que tudo vale pelo resultado final.

Pretendemos lançar em janeiro ou fevereiro do ano que vem, assim esperamos (risos).

Laercio, o que vocês tem escutado atualmente de musica independente que poderiam recomendar?

Laercio – A galera do Meia Lua e Soco por si só tem um gosto musical muito parecido, embora em épocas ouvimos sons extremamente diferentes um dos outros, no geral, gostamos das mesmas bandas. Ultimamente, eu pelo menos, de som independente tenho ouvido bastante post-rock e umas brisas instrumentais como Beyond Frequency (a banda do guitarrista do Colligere), Pollux & Castor e Nvblado. Bandas que conseguem colocar, pelo menos na minha opinião, muita inspiração e intensidade na composição das músicas.

Sylvio, você tem vários vídeos publicados na internet sobre culinária vegetariana. Como surgiu essa ideia?

Sylvio – Por essa eu não esperava. Pô cara o primeiro vídeo da serie resume bem o motivo : desemprego e muito tempo de sobra (risos).

Dai foi percebendo que o divertido era reunir os amigos em um fim de semana e fazer uma coisa diferente do habitual. O problema que fazer vídeo é muito difícil, você reunir 3 ou mais pessoas para gravar e participar depende muito da boa vontade dos envolvidos. Por isso que tem muitos projetos  que começam  depois de algum tempo param, parece simples mas não é.

Mas estou longe de ser um bom cozinheiro, quem acompanha sabe (risos). Então para mim é uma aprendizado. O lance de ser vegetariano nem é tanto político, e sim porque simplesmente eu sou vegetariano (risos).

quintal

Quintal do Gordo – Foto: Júlia Magalhães

O Quintal do Gordo é novo espaço que tem aberto suas portas a cultura independente. O que vocês tem para falar sobre o espaço?

Laercio – Que o Quintal do Gordo hoje é um dos picos mais undergrounds da cena independente de Campinas. Lá, bandas totalmente alternativas tem a chance de mostrar seu som pra um público que quer ouvir sons novos ou lendários. Sem contar que é uma reunião gigante de todos os amigos das antigas que tinham e tem bandas que fizeram e fazem a cena de Campinas andar. Pico humilde e 100% responsa.

Sylvio – Underground para vida! Só isso que tenho para falar (risos). Se eu falar mais é igual eu elogiar um grande amigo meu, vou ser sempre suspeito a falar. Tudo tem um fim, assim como o Antimatéria depois o Evolução. Mas acho que o Quintal do Gordo esta só no começo, espero que ao menos uma vez por mês o Lipe e o Zazá façam um evento por la. Esse show mesmo eu frisei que quero que todo dinheiro arrecado vá para pessoal do evento para investir no Quintal ou ate mesmo dar um role depois, afinal fazer um evento underground não é fácil.

Sylvio, como vocês veem o cenário da musica independente hoje em Campinas?

Sylvio – Eu não sei se eu estou por fora ou se o cenário esta por fora (risos). Acho que hoje rola outro tipo de evento com outro tipo de proposta com outro tipo de banda. Talvez por saudosismo eu ainda vejo muito mais valor para qualquer evento que role no Quintal do Gordo. Porque ali é underground mano, hardcore, punk. Lá você não vai porque é uma opção noturna, ou azarar alguém. Lá você vai porque você gosta do underground e gosta de ouvir bandas, ou se não gosta das bandas vai para apoiar o movimento. Mas acredito que a cena que rola hoje nos bares noturnos (Bar do Zé, Woods) são bem mais estruturadas que o role underground. E isso é uma coisa que tem que ser valorizada. E acho que essas bandas que tocam nesses picos tem tudo parar organizarem um evento lá no Quintal. Mas tem que vir para somar!!

Espaço para vocês falarem o que quiser.

Agradecer sempre as pessoas que divulgam o som independente, seja organizadores ou as bandas que fazem isso por satisfação. Espero mesmo que o pessoal compareça e ame esse espaço assim como eu amo também.

Good Coffee!

Retrospectiva Café in Sônia: Publicações mais visitadas em 2013!

Em 2013 muita coisa boa rolou por aqui, bandas novas, shows, videoclipes, entrevistas, discos. Selecionamos aqui os 12 posts que mais bombaram esse ano no Café in Sônia. Confira!

Foto por: Tiago Rossi

Festival Autorock 2013 anuncia programação (Entrevistamos Daniel Etê)

Em 2013 aconteceu a 7ª edição do tradicional festival de musica independente de Campinas/SP, o “Autorock”. Nele se apresentaram bandas como: Mukeka di Rato, Rock Rocket, Polara, Leptospirose, Hutt, Cólera, Corazones Muertos, entre muitas outras. Entrevistamos Daniel Etê, idealizador e principal organizador do evento, que nos contou um pouco sobre a história do festival e suas curiosidades! (Click aqui e confira!)

“Punk Roça: Música e Conflito no Interior” no Youtube (Entrevistamos Talita Bristotti e Bárbara Bretanha)

Este ano foi lançado o documentário “Punk Roça: Música e Conflito no Interior” produzido e dirigido pelos jornalistas Bruno Henrique Teixeira, Bárbara Bretanha e Talita Bristotti. O filme reúne depoimentos de três gerações de punks locais, que falam sobre a articulação do movimento na região de Campinas. (Click aqui e confira!)

Lisabi lança videoclipe de “Hostage”

Com certeza 2013 foi o ano da banda campineira Lisabi. Ano em que a banda lançou o EP “Acts“, lotou todas as casas de show por onde passou, realizou uma tour de trinta dias pelos EUA e lançou o excelente videoclipe “Hostage”. (Click aqui e confira!)

Foto por: Rodrigo Gianesi

Documentários já produzidos sobre o rock de Campinas/SP

Este ano publicamos uma compilação com todos (ou quase todos) os vídeos e documentários que já foram produzidos nos últimos anos sobre o cenário da música independente de Campinas! (Click aqui e confira!)

Diário de Bordo #1: Drákula – Norte / Nordeste Tour

Foi em 2013 que a banda campineira Drákula realizou sua primeira tour pelo norte e nordeste do pais. Ficamos sabendo de tudo que aconteceu em tempo (quase) real através de um diário de bordo escrito pelo baixista e vocalista Daniel Ete! (Click aqui e confira!)

Shame disponibiliza EP “Aos Pobres, Podres e Derrotados”

A banda Shame realizou sua volta definitiva aos palcos em 2013 e também lançou o excelente EP “Aos Pobres, Podres e Derrotados”, que com certeza configura entre os melhores lançamentos do ano! (Click aqui e confira!)

Foto por: Henrique Grandi

MagüeRbes 18 anos! (Entrevistamos Haroldo Paranhos)

Em 2013 a banda MagüeRbes de Americana/SP completou 18 anos de estrada. Conversamos com o vocalista Haroldo Paranhos que nos contou um pouco sobre a história da banda e a gravação do disco “Vila Rica” também lançado esse ano! (Click aqui e confira!)

MagueRbeS disponibiliza videoclipe de “Bela Vista”

Ainda falando em MagüeRbes, a banda lançou também esse ano o excelente videoclipe de “Bela Vista” produzido por Marcelo Fazolin (SHNtv), Bruno e Goy Almeida da “Polêmica VP”. (Click aqui e confira!)

Conheça Golfo de Vizcaya (Entrevistamos Sylvio Scarpeline)

Esse ano começou com uma grande surpresa, a banda Golfo de Vizcaya, formada por integrantes e ex integrantes de bandas como Shame, Makazumba, Cardiac e Meia Lua e Soco. Entrevistamos Sylvio Scarpeline, guitarrista e vocalista, que contou um pouco de como surgiu esse novo projeto. (Click aqui e confira!)

Foto por: Sofia BM

Vídeo: Confira como foi a tour da banda mexicana Los Viejos pelo Brasil!

Em 2013 se apresentou pelo Brasil a impressionante banda mexicana Los Viejos, formada por apenas dois integrantes! A tour da banda, que passou por varias cidades do interior de São Paulo, foi registrada em quatro ótimos vídeos produzidos pela “IndieRocks”. (Click aqui e confira!)

Los Viejos (México) lança clipe filmado no Brasil!

Aproveitando essa bem sucedida passagem pelo Brasil a banda mexicana Los Viejos não perdeu tempo e lançou o excelente videoclipe “Caderas Punk” filmado durante a tour. (Click aqui e confira!)

Conheça a banda Don Ramón (Entrevistamos Artie Oliveira)

E fechamos o ano apresentando e entrevistando a jovem banda local Don Ramón! Conversamos com o vocalista Artie Oliveira que nos contou um pouco sobre a história da banda e seus planos para o futuro. (Click aqui e confira!)

Foto por: Júlia Magalhães

Good Coffee!

Festival Autorock 2013 anuncia programação (Entrevistamos Daniel Etê)

Foi divulgada essa semana a programação da sétima edição do Festival Autorock, o maior e mais importante evento destinado a música independente realizado na cidade de Campinas/SP.

O festival que será realizado esse ano entre os dias 08 a 18 de Agosto irá contar com inúmeras apresentações musicais, mostra de filmes e exposições de arte.

festival autorock 2013 cartaz_campinas

Entre as principais atrações musicais que estarão presentes este ano no festival estão as bandas: Mukeka di Rato, Rock Rocket, Polara, Drákula, Lisabi, Leptospirose, Hutt, Cólera e Corazones Muertos.

Confira aqui a programação completa e um breve papo que batemos com Daniel Etê, principal articulador e organizador do evento, que nos contou um pouco sobre a história do festival, curiosidades e muito mais! Confira.

Etê, como surgiu a ideia de criar um festival nesse formato? Conte um pouco da história do Autorock e como foram suas primeiras edições.

A ideia de fazer o Autorock veio em 2003, pois queríamos fazer uma comemoração dos 10 anos do primeiro Juntatribo e também porque a cidade estava bem parada, sem nada para fazer e sem nenhum lugar fixo aonde as bandas que gostávamos pudessem tocar… Ok, tinham algumas festas do Sergio Kapeta, mas eram só umas duas ou três por ano. Essa edição foi muito importante, pois ajudou a reunir o público de rock subterrâneo da cidade que andava bem disperso. No ano seguinte, 2004, copiamos descaradamente o Cardápio Underground de Bragança Paulista e adotamos o formato atual com exposições, mostras de vídeo, etc.

As duas primeiras edições rolaram no saudoso Centro Cultural Evolução. Em 2005 conseguimos um apoio da Secretaria de Cultura que disponibilizou a Estação Cultura para os shows gratuitos. Depois ficamos dois anos sem fazer o festival por algum motivo que não me lembro agora e voltamos em 2008 e 2009, pulamos mais um ano e fizemos outra edição em 2011 também com 10 dias. Quem sabe um dia role uma versão de um mês do festival, quem sabe?

Mas basicamente o Autorock é isso; um lugar para festejar, encontrar os amigos, conhecer gente nova, ouvir novas bandas, matar a saudade das bandas velhas e se divertir para caralho, afinal de contas vivemos disso.

Cartaz "Autorock 2003"

Cartaz “Autorock 2003”

Nessas seis edições, qual foi, na sua opinião, o momento ou o show mais marcante?

Durante uma época alguns oportunistas resolveram cooptar uma boa parte do público que juntamos para servir a seus próprios propósitos mequetrefistas. Eles tinham muito dinheiro para trazer bandas comerciais e alugar grandes sistemas de som, mas como já dizia o Lótus Rock: ”O rock and roll não se compra num Supermercado, muito menos num Shopping Center”. Então o show das Mercenárias em 2005 teve um gostinho especial de vingança já que lotamos a Estação Cultura sem ter nenhuma banda mainstream manjada e fizemos a divulgação com flyers silkados em papel craft pelos nossos comparsas do SHN. O show do Cólera na estação também foi a realização de um sonho adolescente, já que quando eu era um muleque de merda não rolava nada parecido por esses lados.

Esse ano o festival irá contar com a participação de inúmeras bandas de peso, entre elas: Polara, Hutt, Mukeka di Rato, Rock Rocket, Corazones Muertos , Leptospirose entre outras… Saindo um pouco do papel de organizador e olhando como expectador, qual show você está mais ansioso para assistir no festival desse ano?

É muito corre, corre e apesar da ajuda fundamental que está rolando de pessoas como o Renan (Trashcan Records) e da sua também, nunca consigo relaxar a bundinha e curtir o barato numa boa como eu gostaria.

Você tá querendo cagar na minha caveira né Zazá? Seria um relaxo com todas as outras bandas se eu disser qual é a minha preferida. Ok eu tenho uma ou algumas, mas não conto pra ninguém.

 

Por quais locais o Autorock vai passar esse ano?

Esse ano o Autorock ira passar pela DisORder, Casa São Jorge, Kabana, MIS, Biblioteca Municipal, Bar do Zé, Woods, Pista de Skate do Pe. Anchieta, Centro de Convivência, Carriero Estúdio e pela primeira vez na Concha Acústica do Taquaral.

Fale um pouco sobre o “AutoTrash”, a mostra de vídeos e curtas que acontece esse ano no festival.

AutoTrash é uma mostra de cinema/vídeo barra pesada, coisa fina mesmo. Temos material que faz com que o Lars Von Trier pareça com a Glória Perez. Carlos Reichenbach, Petter Baiestorf, Ivan Cardoso, Fernando Rick & Marcelo Appezato, John Waters, Shuji Terayama entre outros. A curadoria foi feita por Gurcius Gewdner, cineasta especialista em cinema doentão, da trashera ao experimental… Nossos filmes explodem feito dinamite!

Maiores informações sobre a mostra aqui.

E sobre as exposições?

Também gostamos de arte né? Mas nada de quadros de cavalos, vinho branco e mindinhos em riste por aqui. Vão rolar 3 exposições, a primeira na Galeria DisORder comigo, Filipe Guimarães (vulgo Valdomiro Mugrelise), Gui França e mais alguns convidados. Tem também uma de caricaturas homenageando Woodstock no Carriero Estúdio, outra do Vicente Magalhães na Biblioteca Municipal e a já clássica troca de desenhos do Carlos Dias na Casa São Jorge rolando paralelamente no dia do show da sua banda, o Polara.

daniel ete

Há alguns anos a cidade foi tomada por um marasmo criativo que deu vida a uma infinidade de bandas cover. Como você vê o cenário independente e autoral da cidade hoje? Você acredita que houve uma renovação?

Aqui sempre foi o paraíso de bandas covers e roqueiros covers, por outro lado sempre tivemos bandas duronas e persistentes em seus trampos autorais que cagam e andam para o que a maioria das pessoas acham. As coisas sempre se renovam de uma forma ou de outra, sempre existe o povo que não se conforma com o que está acontecendo e parte para cima feito um capeta. Um exemplo disso é o Lisabi que contrariando quem insiste em dizer que tocar músicas próprias não leva a lugar nenhum e que o negócio é apostar num repertório de canções consagradas pelo senso comum meia boca, acabou de chegar de uma tour pelos EUA.

Certa vez você disse: “Campinas é a cidade das bandas que batem na trave” (Se referindo a uma infinidade de ótimas bandas que surgiam na cidade, mais que por algum motivo acabavam não vingando ou simplesmente desapareciam do dia pra noite). Atualmente qual banda que você vê como destaque em nossa cena local? Alguma aposta?

Cagando na minha caveira de novo Zazá? Eu disse isso quando estava bem breaco, foi tipo uma piada de mal gosto duvidoso, mas é uma forma de ver a falta de apoio que rola para muitas bandas aqui. Já vi gente gravando ótimos trampos e fazendo shows monstruosos que sempre acabaram sendo ignoradas por uma boa parte do público da cidade. Azar desse público, eles que se fodam, sou feliz por ter visto o Grease fazer um dos shows mais animalescos do planeta no finado Ozz, com direito a vinho tinto com o gargalo quebrado, com sangue pelo palco e distorção para caralho, sou grato por ter visto o Anger que era o nosso Criptic Slaugther nos idos de 1988 assim como o Enforcer que era o nosso metal church, me diverti para caralho vendo as Lunettes e os Violentures no antigo e roqueiro Bar do Zé fedendo a fritura véia, curti uma onda  hippie barãogeraldense com o Astromato, dormi capotado na entrada do Soho com muito orgulho, poguei no show do Ofence com a aba do boné para cima, fiz guerra de tortas de creme de barbear enquanto o Lucrézia Borgia encerrava o Juntatribo II, sai na porrada com uns playboys idiotas que queriam zoar as garotas do No Class (aliás eu apanhei para caralho naquele dia), vomitei ao som do Quasimodo Traça Jaguadarte enquanto o Japoneis Black Flag tocava trompete feito um doente.

Me amarro na cultura rock obscura local, acredito no potencial, já vi isso acontecer, vivi essa porra  toda. A piada das bandas que batem na trave tem a ver com o fato de nenhuma banda local ter feito sucesso comercial, mas isso não importa, quem faz sucesso comercial é gente tipo a Sandy e Junior ou qualquer outra coisa jabazenta dessas. Essa terra foi injusta até com o Carlos Gomes, mas nem por isso ele parou de compor.

Aposto em todas as bandas que tocarão e nas que já tocaram no Autorock, aposto em bandas que ainda não foram escaladas para o festival, aposto em qualquer um que enrola cabos sujos de vômito as 5 da manhã depois de um show para 15 ou 20 cabeças, em gente que faz suas próprias canções e sua própria história, por mais torta que possa parecer.

drakula

Espaço para você falar o que quiser.

Quero agradecer a um monte de gente que nesses 10 anos, desde o primeiro Autorock até hoje, me deram um puta dum auxílio colossal:

Nicolas e suas ideias lazarentas, Walkyria por todo o amor, apoio e pelas broncas, você Zazá por assim como eu acreditar em todo esse povo torto, ao Renan, Cacá Toledo meu primeiro parceiro no festival, ao Paulão Shetara e ao mestre Camilo, Kátia e Marino, Gabriel Rapassi, Ney Carrasco, toda a produção do saudoso Valvulado, Artur Ramone, Luiz Fernando Carioca o rei do baile, Gláucio da São Jorge, Chistian Camilo, ao Ney o Satã, ao Denis do som que esperou 6 meses para receber, Kikão comendatore do Pe. Anchieta e sua gang, Artie “trimilique”, Backstage Produções, Riva Rock, Bazar Clube das Pin Ups, Rodrigo Grease e a mais alguém que eu possa ter esquecido porque eu tenho uma memória de galinha.

Mas agradeço principalmente por todas as mais de 100 bandas que já tocaram no Autorock e a todo o público presente, agradeço também a uns malas que nunca foram ao festival, mas também não fizeram a menor falta, muito pelo contrário.

PROGRAMAÇÃO FESTIVAL AUTOROCK 2013

 QUINTA-FEIRA – 08/08

19h – Abertura da Exposição “Auto” com Filipe Guimarães, Gui França, Daniel Ete e convidados.

Show com a banda: Malvo

Entrada: Gratuita
Local: DisORder – Rua General Osório, 1565 – Cambuí

21h – Show com as bandas: Polara (SP) e Mullet Monster Mafia (Piracicaba) + “Troca de Desenhos com Carlos Dias – Ao Seu Alcance”

Entrada: R$ 12 (até as 22h) – R$ 15 (após as 22h)
Local: Casa São Jorge – Av. Santa Izabel, 655 – Barão Geraldo

Polara

SEXTA-FEIRA – 09/08

19h – Show com a banda: Desenmascarado

Entrada: Gratuita
Local: Centro de Convivência de Campinas – Cambuí

21h – Show com as bandas: Bad Motors (Sorocaba) e Black Needles (SP)

Entrada: R$ 12 homem / R$ 8 mulher
Local: Kabana Bar – Av. Dr. Romeu Tortima, 485 – Barão Geraldo

SÁBADO – 10/08

16h – Show com as bandas: Human Trash (SP) e Wasted Pido (Itália)

Entrada: Gratuita
Local: Carriero Estúdio – Av. Barão de Itapura, 2043 – Guanabara

22h – Show com as bandas: Hutt (SP), No Sense (Santos), Flash Grinder (Joinvile) e Slag (Paulínia)

Entrada: R$ 15
Local: Woods Music Bar – Rua Erasmo Braga, 6 – Bonfim

22h – Show com as bandas: AQUëLES! e Corazones Muertos (Argentina)

Entrada: R$ 12
Local: Bar do Zé – Av. Albino J.B. de Oliveira, 1325 – Barão Geraldo

Corazones Muertos

DOMINGO – 11/08

16h – Show com as bandas:  Leptospirose (Bragança Paulista), Shame (Paulínia) Ohw Shit! (Americana), Ragar, Moby Dick e Don Ramon

Entrada: Gratuita
Local: Praça Integração – Av. João Paulo II – Padre Anchieta

SEGUNDA-FEIRA – 12/08

19h – Mostra “AutoTrash” – Curadoria: Gurcius Gewdner

O M da minha Mão (Carlos Reichenbach, 1979, 9 min)
Fuscão Preto – O Trailer (Fellipe Mattei Usa, 2 min, 2007)
War (Gurcius Gewdner, 6 min)
Cannibal Commando (Fellipe Mattei, Itália, 2 min)
Almoço na Relva (Gurcius Gewdner, 2013, 7 min)
Eu Caí da Ponte: Jorge Timm & Os Ilegais (Petter Baiestorf, 2012, 3 min)
Deus o Matador de Sementinhas (Petter Baiestorf, 1997, 2 min)
Desagradável (Fernando Rick & Marcelo Appezato, 2013, 120 min)

Local: Museu de Imagem e Som de Campinas (MIS) – Rua Regente Feijó, 859 – Centro

TERÇA-FEIRA – 13/08

19h – Mostra “AutoTrash” – Curadoria: Gurcius Gewdner

Émotion (Nobuhiko Obayashi, Japão, 1966, 39 min)
DR (Felipe Guerra/Joel Caetano, 2011, 10 min)
Encarnaccion del Tinhoso (Petter Baiestorf, 2009, 7 min)
Arrombada – O Trailer (Petter Baiestorf, 2007, 5 min)
Four for One Yard ( Inessa Kovalevskaya , Rússia, 1967, 10 min)
O Coelho 2 (Elloi Mattar, 10 min)
Mamilos em Chamas (Gurcius Gewdner, 60 min)
Ninjas (Dennison Ramalho,2011, 25 min)

Local: Museu de Imagem e Som de Campinas (MIS) – Rua Regente Feijó, 859 – Centro

 

QUARTA-FEIRA – 14/08

19h – Mostra “AutoTrash” – Curadoria: Gurcius Gewdner

United Trash (Christoph Schlingensief, Alemanha, 1995, 60 min)
Meat Love (Jan Svankmajer, 1 min)
X is Y (Richard Kern, 2 min)
Koneko Monogatari II – As Novas Aventuras Sexuais de Chatran & Zimmer Rumo as Profundezas do Inferno e da Solidão do Matrimônio (Gurcius Gewdner / Masanori Hata, Japão/Brazil, 1986/2013, 90 min)

+ Amyr Cantusio improvisa “Drákula” de Bela Lugosi

Local: Museu de Imagem e Som de Campinas (MIS) – Rua Regente Feijó, 859 – Centro

QUINTA-FEIRA – 15/08

19h – Mostra “AutoTrash” – Curadoria: Gurcius Gewdner

No Smoking (John Waters, 1 min.)
The Mongreloid (George Kuchar, 9 min)
Private Life of a Cat (Alexander Hammid, Musicado por Os Legais & Willie Kampff, 22 min)
Eu Sou um Pequeno Panda (Gurcius Gewdner, 6 min)
Amor & Tara (Ivan Cardoso, 1971, 4 min)
Cannibal Lovecaust (Felipe Mattei, Itália, 1980, 3 min)
The Spot (Terry Gilliam, 1963, 2 min)
Filme Politico (Petter Baiestorf, 1 min)
Freddy Breck Ballet (Gurcius Gewdner, 11 min)
O Cinema é uma Arte Estranha (KZL, 2012, 6 min)
Heart of the World (Guy Maddin, 6 min)
Hardcore Dandies (Gurcius Gewdner, 2012, 15 min)
Video Pirates (Robert K Eiss, Usa, 1987)
The Son of the Invisible Man ( Carl Gottlieb, Usa, 1987, 5 min)
As Incríveis e Maravilhosas Fitas Proibidas & Secretas de Dick Magoon (1971 / 2013, 57 min)
Dez Anos sem GG Allin (8 min)

Local: Museu de Imagem e Som de Campinas (MIS) – Rua Regente Feijó, 859 – Centro

22h – Projeto Mopemuca

Show com as bandas: Bandidos da Luz Vermelha e Trambique 77

Entrada: R$ 12
Local: Delta Blues Bar – Av. Andrade Neves, 2042 – Jardim Chapadão

22h – Show com as bandas: Lisabi

Entrada: R$ 5
Local: Casa São Jorge – Av. Santa Izabel, 655 – Barão Geraldo

Leptospirose

SEXTA-FEIRA – 16/08

19h – Mostra “AutoTrash” – Curadoria: Gurcius Gewdner

The Cage (Shuji Terayama,Japão, 1964, 11 min)
Zoo (Bert Haanstra, Holanda, 1962, 11 min)
Dia de Ano (Gurcius Gewdner, 2005, 25 min)
Let Your Fans Be Your Distributor! (Lloyd Kaufmann, Usa, 2012, 12 min)
Filmes são seus Amigos (Gurcius Gewdner, 2013, 2 min)
Erivaldo, O Astronauta Místico (Gurcius Gewdner , 2013, 6 min)
Zombio 2: Chimarrão Zombies  (Petter Baiestorf, 2013, 83 min)

Local: Museu de Imagem e Som de Campinas (MIS) – Rua Regente Feijó, 859 – Centro

22h – Show com as bandas: Cólera (SP), Zumbi Radioativo (Americana) e Labataria

Entrada: R$ 17
Local: Woods Music Bar – Rua Erasmo Braga, 6 – Bonfim

SÁBADO – 17/08

15h – Show com as bandas: Aeromoças e Tenistas Russas (São Carlos), Revoltz SP (Americana), Maquina Voadora e Monotone Grey

Bazar Clube das Pinups + Feira de Vinis

Entrada: Gratuita
Local: Museu de Imagem e Som de Campinas (MIS) – Rua Regente Feijó, 859 – Centro

21h – Show com as bandas: Ultravespa (Goiânia) e Footstep Surf Music Band

Entrada: R$ 12 homem / R$ 8 mulher
Local: Kabana Bar – Av. Dr. Romeu Tortima, 485 – Barão Geraldo

Mukeka di Rato

DOMINGO – 18/08

14h – Show de enceramento com as bandas: Mukeka di Rato (Espírito Santo), Rock Rocket (SP), Gasolines (SP), MagueRbes (Americana), Motor City Madness (Rio Grande do Sul), Adrede (Indaiatuba) e Drákula

Discotecagem: DJ Krypton

Entrada: Gratuita
Local: Concha Acústica – Lagoa do Taquaral – Av. Dr. Heitor Penteado, Portão 2 – Taquaral

Maiores informações na pagina oficial do festival no Facebook: www.facebook.com/festivalautorock

programação autorock 2013

programaçao autorock 2013 (2)

(click nas imagens acima para visualizar a programação completa)

 

Good Coffee!

Shame lança novo EP no Bar do Zé (Entrevistamos Emiliano Melo)

No próximo sábado, 22/06, acontece no Bar do Zé em Campinas/SP o show de lançamento de “Aos Pobres, Podres e Derrotados“, novo EP da banda Shame de Paulínia/SP. 

A apresentação, que tem inicio as 22 horas, conta ainda com a participação especial da banda Nine Seconds Aggression de Ibiuna/SP.

Aproveitamos o momento e batemos um breve papo com Emiliano Melo, baixista e um dos membros fundadores do Shame, que nos contou um pouco sobre esse novo trabalho da banda, influencias e muito mais. Confira!

cartaz-bdz

O Shame está de volta aos palcos depois de muitas idas e vindas de 1999 pra cá. Conte um pouco sobre a trajetória da banda durante esse tempo, primeiros shows, formações, discos… Quem faz parte desse novo momento da banda?

São 14 anos de história, e claro muita coisa já aconteceu e vem acontecendo. Mas vamos pelo começo. Montamos a banda com a ideia de fazermos hardcore melódico. Queríamos tocar um som com bastante melodia e principalmente bateria rápida. Esse era o tipo de som que mais ouvíamos na época. Começamos como a maioria das bandas, fazendo covers. Tocamos muito NOFX, Rancid, Bad Religion, Decendents, Screeching Weasel, Lagwagon, entre outras. Foi o período no qual aprendemos a tocar como banda, o que sabemos sobre música aprendemos tocando juntos, uns com os outros, tentando ser cada vez mais fiel aos covers que tirávamos. Por isso que essa época foi uma das mais importantes da história dessa banda. Nessa época também aconteceram nossas primeiras apresentações, em sua maioria em festinhas de amigos e que tinham apenas o intuito de reunir os amigos e suas bandas.

Com o tempo, ouvindo bandas como Dead Fish, Noção de Nada, Grade, Hot Water Music e etc., começamos a fazer nossas primeiras composições com a ideia de gravar um disco demo. A partir desse momento as coisas mudaram, o pensamento da banda mudou, queríamos gravar nossas músicas, tocar em outros lugares, outras cidades, conhecer outras pessoas, coisas que só tocando e mostrando o nosso trabalho, conseguiríamos. Depois dessa mudança de pensamento conseguimos gravar 02 discos por selos importantes do Brasil e tocar em muitos lugares com as bandas das quais no inspiraram nessa trajetória.

Hoje em dia a ideia é a mesma, continuar tocando, fazendo shows e se divertir muito.

Estamos com uma formação a qual está com essa ideia, essa vontade, sendo esses: Pedro (Vocal), Bruno (Guitarra), Tuco (Guitarra), Emiliano (Baixo) e Diogo (Bateria).

CAPA EP - SHAME

A banda disponibilizou recentemente para download o novo EP “Aos Pobres, Podres e Derrotados”. Há planos para um lançamento físico desse novo material?

Com certeza! Como todo bom apreciador de “sonzera”, gostamos de ter o material das bandas que curtimos em mãos. Quem é que não curte pegar aquele play da banda que gosta e apreciar a arte da capa, do encarte, os textos e toda a essência daquela composição? Acreditamos muito que um disco vai muito além das músicas ali contidas.

Sendo assim, no dia 22 de Junho de 2013, lançaremos oficialmente o EP em Campinas no formato físico, com os sons e as artes que já foram disponibilizados em uma versão digital para download. Achamos legal que o material tenha a sua versão física para equivaler com os trabalhos anteriores do Shame, que sempre contaram com uma boa produção, desde as músicas propriamente ditas até as artes gráficas e demais formas de textos presentes.

Em “Aos pobres, podres e derrotados”, apesar de possuir menos músicas (ao todo 07 músicas) em relação aos plays anteriores, “Amargas Lembranças” e “Memórias desconhecidas”, buscamos investir artisticamente nesse play, dando para cada música presente no EP uma arte. Para isso, contamos com amigos da banda, convidados, que receberam cada um uma música em aleatório para que assim, a partir delas, das letras e da música, compusessem uma arte em específico. A liberdade artística foi dada e belas ilustrações foram produzidas. Todo esse material, como já mencionado anteriormente, está presente no pacote digital do EP, disponibilizado em nossa página do Facebook para download. Já o EP em forma física, que será lançado no Bar do Zé, contará com um pôster em A3, sendo que em uma das faces desse pôster estará impresso todas as letras e uma mescla de todas as artes presentes com a identificação da galera que desenhou, alem de uma breve reflexão “viajada” sobre a arte produzida por esses “ilustradores”. A outra face do pôster contará com uma ilustração, aleatória, em tamanho real, de alguma arte presente no EP. Portanto, para quem adquirir o EP na forma física, terá um pôster de alguma dessas artes, ou seja, a pessoa poderá adquirir um pôster com a arte relacionada ao som “Pedaços ao Chão” ou um pôster com a arte da música “Nascido pra perder” ou mesmo algum outro pôster de uma arte qualquer relacionada às demais outras músicas presentes no disco.

Resumindo a missa, o trabalho está de muita qualidade e cremos que esse é um dos trabalhos de maior independência da história da banda, principalmente financeiro (risos).

(Click aqui para baixar o EP)

Como você já disse a banda está perto de completar 15 anos de estrada, durante esse tempo o que mudou e não mudou no som do Shame?

O que a gente nunca deixou que mudasse é a pegada que a banda sempre teve, tanto em shows quanto em gravações. Pensamos que isso tem tudo haver com a vontade de tocar da banda. Em todos os períodos da banda sempre tivemos “tesão” e vontade de “fazer” tocar, acontecer, rolar. Acreditamos que a fusão desses fatores nos mantém unidos e empolgados para continuar fazendo música. Se um dia essa vontade acabar, podem ter certeza que não tocaremos mais.

Agora, com relação a esse novo trabalho, o vemos como uma evolução da banda, nem melhor, nem pior, talvez mais maduro de certa forma, porém, na pegada com certeza!

Qual você diria que foi o principal momento da banda durante todos esses anos?

Foram vários e diferentes os momentos importantes para nós, como esse também está sendo agora. No entanto, prezamos por todos os momentos de gravações que já ocorreram até hoje em nossa história de Shame. Os momentos de gravação serão sempre momentos importantes para nós. São em momentos como esses que os integrantes estão extremamente focados em um só objetivo, as energias estão voltadas para aquele ato, ato em que a banda consegue mostrar o seu trabalho e suas ideias.

Por isso vemos os discos lançados e a gravação desses, como os alguns dos momentos mais importantes, pois, a partir disso, concretizamos todo o nosso trabalho e conseguimos dar visão para ele, para daí então podermos marcar os shows e tocar bastante para o público, pois na real, é isso o que mais gostamos de fazer, tocar.

O que podemos esperar do show de sábado? Alguma surpresa ou novidade no repertório?

Vamos tocar um repertório que mesclará todas as músicas novas com algumas mais antigas. Algumas delas bastante conhecidas pela galera que nos acompanham por todos esses anos. E claro, o pensamento é sempre a diversão, a festa do role! Queremos nos divertir e fazer com que a galera que for ao Bar do Zé e nas demais apresentações que surgirem se sinta no mesmo pique. Para nós, desde o começo até o fim, isso é o que realmente nos importa.

shame

Quais são as principais influências da banda?

Isso é algo complexo de se responder por que são muitas as bandas e vários tipos e estilos musicais que permeiam os integrantes da banda. Curtimos (dentro do rock) desde os clássicos até o metal e punk/ HC. Curtimos bandas que variam entre Black Sabbath a NOFX, de Stones a Hot Water Music, de AC/DC a Sublime, ou seja, de tudo um pouco do rock e de tudo um pouco que cada um considera bom para si. O legal do Shame é que possuímos muitos gostos em comum e muitos gostos diferentes, ao mesmo tempo. Acredito que isso realce a nossa música e características de banda. São várias as nuances do rock e suas bandas que influenciaram e influenciam o Shame. Porém, entramos em acordo quando o assunto é originalidade e personalidade da produção musical das bandas que trombamos por aí, seja em contato direto ou indireto. E claro, quanto mais “barulhento”, melhor.

Quais bandas nacionais você tem escutado atualmente? Quais poderia recomendar?

Confesso que tenho ouvido poucas bandas nacionais, creio que não tenha nada que me emocione muito ultimamente. Mas não poderia deixar de falar em Violator de Brasília, é do caralho! Os CDs são foda e o show é melhor ainda. Também gosto muito da banda Slag de Paulínia, que é da mesma pegada de Violator. Claro que também não abro mão de clássicos como, Dead Fish, Ratos de Porão, Garage Fuzz, Mukeka di Rato. Esses, não dá para deixar de ouvir.

Os demais integrantes da banda possuem outros demais gostos musicais que daria para fazer uma listinha aqui, porém, sei que desses que mencionei a maioria curte e/ou respeita muito também.

O que você acha dessa nova cara do hardcore nacional?

Cara, vou considerar aqui nessa resposta o “hardcore” da questão como a cena underground como um todo, ok? Sendo assim, a meu ver, a cena underground nacional passou e ainda passa por diversas fases. Por exemplo, quando lançamos o disco “Amargas Lembranças”, parecia que a cena underground em que atuávamos estava mais voltada para as linhas de punk/hardcore melódico e os emos da vida. Em “Memórias Desconhecidas” a coisa voltou para os estilos e características do metal core. Hoje, vejo a cena underground voltada para sons “bagacera” que mesclam o metal (crossover), grind, crust, punk, hardcore e etc., ou seja, barulhera da boa. Curtimos esse tipo de som também e são muitas as bandas boas que surgiram e que estão surgindo nesse meio, como o Test, por exemplo: Fudido! Entretanto, como já citadas algumas bandas por mim, nessas diversas facetas do underground brasileiro, existem bandas muito boas e várias outras que estão surgindo, algumas “maiores” que as outras e que fazem outros estilos, vertentes e performances muito boas de sons (há também aquelas que nem se quer conhecemos ainda ou nem vamos conhecer). Todas essas estão tocando por aí buscando seu espaço dentro da sua personalidade característica, fora de rótulos de estilo. Claro que muita merda rola, desde bandas que considero ruins até as “marditas panelas” que são eternas…Faz parte.

Fazemos nosso som, temos nossos objetivos e nossa personalidade. Não acreditamos na divisão de estilos, pois, nesse meio de “murros em ponta de faca”, somos farinha do mesmo saco, ou seja, nossos ideais (da galera do underground) são parecidos, na minha opinião. O que nos interessa é tocar para a cena underground como um todo e para quem mais curtir e estiver a fim de colar.

Espaço para falar o que quiser.

Agradecer ao pessoal que sempre nos acompanhou em todos esses anos e que sempre estão perguntando da gente, mesmo quando estávamos parados; chamando a gente para shows e divulgando de alguma maneira o nome da nossa banda. “Dedicamos a vocês (e a nós também) que de certa forma somos, pobres, podres e derrotados, toda a vergonha desse mundo!”

E sábado, dia 22 de Junho de 2013, no Bar do Zé vamos quebrar tudo! Abraços.

Good Coffee!

Shame disponibiliza EP “Aos Pobres, Podres e Derrotados”

A banda Shame de Paulinia/SP disponibilizou para download na última terça-feira, 04/06, o seu novo EP: “Aos Pobres, Podres e Derrotados”.

O EP com  7 faixas, incluindo o single “Fora desse Mundo” lançado no final do ano passado, conta ainda com material gráfico bônus produzido especialmente para o EP  por artistas/amigos convidados.

Click aqui para baixar e conferir esse excelente trabalho! – Link atualizado!

CAPA EP - SHAME

A banda irá realizar o lançamento oficial do novo EP dia 22/06 (sábado) no Bar do Zé em Campinas/SP ao lado da banda Nine Seconds Aggression de Ibiúna/SP

Confira maiores informações aqui!

 

Good Coffee!

Café in Sônia Apresenta: Zander em Campinas (Entrevistamos Marcelo Adam)

Na próxima quinta feira (27/09) o Café in Sônia e o Bar do Zé orgulhosamente apresentam em Campinas/SP o tão aguardado show da banda carioca Zander!

A noite ainda conta com a participação especial da banda Shame (Paulínia/SP), um dos maiores nomes da cena local que volta aos palcos para apresentar as músicas que estarão presentes em seu próximo disco.

Confira abaixo a breve entrevista que realizamos com Marcelo Adam, baixista da banda Zander, falando de todo um pouco e principalmente “o que quiser!”

Em 2009 o Zander se apresentou pela primeira vez em Campinas exatamente na mesma semana em que o baixista Guta anunciava sua saída da banda. Quinta-feira (27/09) será a primeira apresentação da banda na cidade com a formação atual. Qual a expectativa de vocês para esse show no Bar do Zé?

Como sou eu (Marcelo) quem estou respondendo a entrevista, não posso falar muito do último que rolou no Bar do Zé, visto que ainda não tava tocando na banda – como você já bem disse. A expectativa é das melhores, velho. Venho, inclusive, correndo atrás desse show em Campinas já faz algum tempo, e boto uma fé que vai rolar legal pra caralho. Os caras já me disseram que o pico é bacana, que a rapaziada cola, e que a experiência deles lá foi muito boa, então, ainda que numa quinta à noite, o clima é de mais que completa arrebentação.

A banda está preparando seu segundo disco, certo? Em que pé está tudo? Ele sai ainda este ano?

Estamos com algumas ideias de como fazer isso. Ainda não está exatamente fechado. O certo é que terminaremos de gravar esse trampo até o final do ano e teremos um disco cheião com entre 12 e 15 músicas. A primeira parte já está praticamente toda gravada, 7 músicas. A segunda, começaremos no mês de novembro. Isso tem uma razão de ser, e em breve vocês saberão, mas, por ora, parafraseando José, o Estripador: “vamos por partes”.

Em relação às turnês da banda, ha planos de alguma fora do país?

Vontade existe. Às vezes conversamos – fiado – a respeito, mas é necessário um planejamento para que isso aconteça da melhor maneira possível, e no presente momento tá inviável de rolar. Mas quem sabe um dia.


O Rio de Janeiro sempre foi considerado um grande celeiro de bandas incríveis como: Estudantes, Rivets, Coquetel Acapulco, Autoramas, Canastra, Jason, Noção de Nada, entre muitas outras. Como anda a cena musical independente por ai atualmente? Alguma banda “nova” que poderia citar?

Eu não sei exatamente como era. Não vivi. Só escutei ou li. Não sou daqui, sou de Salvador. De lá eu poderia falar com – um pouco – mais propriedade, talvez. Mas sobre o que tá rolando aqui agora, tem muita gente brilhando no diamante doidão, sim, fazendo o negócio acontecer: rapaziada do Plastic Fire, Incendiall, Dioramma, 2 Portas, Malvina. O Jason continua aí firme e forte, com EP novo, diferentão, outra formação. Estudantes com disco novo vindo aí, Confronto também, De’La Roque, Bemônio, proporcionando uma sensação ao cidadão semelhante à de estar sentado no colo do Capiroto, Whipstriker só na d-beatzera. The Alchemists mais pospancão. Legal pra caralho. O Nipshot tá aí também, grande conjunto mitológico grego, são shows surpresa, você nunca sabe quando eles vão tocar realmente, o que é um PLUS em cada concerto. Tem o Deaf Kids nos crust fim do mundo, O Vazio, Te Voy a Quebrar. Isso não é necessariamente dentro da cidade do Rio, ok, mas tão aqui pelas redondezas. Olhe, bicho, bastante coisa, sim, viu? Dá pra ficar bastante tempo aqui conversando besteira.

E quais bandas nacionais você tem escutado ultimamente?

Elma – LP, Os Estudantes – Pedras Portuguesas na sua Cabeça, Macaco Bong – This is Rolê, Test – Árabe Macabre e Malni – Malni.

E entre as gringas?

Horisont – Två Sidor Av Horisonten, Thin Lizzy – Fighting, Bohren & Der Club of Gore – Sunset Mission, Windhand – Windhand e Miles Davis – Relaxin’ with the Miles Davis Quintet.


Marcelo, antes de entrar para o Zander você morava em Salvador, certo? Como você conheceu o pessoal da banda e como rolou essa sua vinda para o sudeste?

O Léo eu já conhecia lá de Salvador mesmo. De longa data. Ele morou uma cara lá. Já tocamos juntos, inclusive. O Bil e o Sanfoneiro eu conheci numa turnê no Nordeste que fizemos juntos: Noção de Nada, A Sangue Frio e Sétima Chance, banda de uns bróderes de Natal. Coincidentemente quando o Guta saiu da banda, eu já estava em Salvador numas de tentar alguma coisa fora da cidade, na área de música, que é uma parada que eu sempre me amarrei desde menino moço. Não teve muito mistério: encontrei um dia o Bil na internet, fiz uma brincadeira com ele que estava vindo pra cá tocar baixo no Zander – sempre toquei guitarra em todas as bandas que tive que não foram poucas, hehehe -, ele ficou amarradão, botou uma fé e em alguns dias eu já tinha me organizado totalmente pra cair pra cá e tocar o barco.

Espaço para você falar o que quiser.

Bem, primeiramente, “o que quiser”! Dito isso, brigadaço pela força aí, Zazá! Dia 27/09 todo mundo no Bar do Zé, dando esse apoio pra gente e pro Zazá aí, rapaziada, que tá dando a cara à tapa pra organizar essa bagaça. Claro que não é preciso dizer que a parada só continua rolando com geral comparecendo, não é? Já demorou tanto tempo pra voltarmos à cidade… Então cheguem mais aí que o bAgUlHO vAi SeR LoKo.

Para acesso ao material da banda: www.zanderblues.com. Abração!

Good Coffee!