Viva Viva é um documentário experimental dirigido por Carolina Pfister sobre punks, identidade e a experiência urbana de São Paulo. Em 2013 o filme foi lançado em festivais de cinema nos Estados Unidos e na Cinemateca de São Paulo, além de rodar diversos festivais de cinema pelo Brasil. Foi recentemente lançado em DVD pela produtora do CBGB Music & Film Festival de New York e será distribuído no Brasil pela Ideal Shop. Em Abril começa a ser vendido pela Alternative Tentacles, do lendário vocalista da banda Dead Kennedys, Jello Biafra, além da Amazon Estados Unidos, onde já pode ser assistido via streaming.
Com trilha sonora que conta com Objeto Amarelo, do artista Carlos Issa, e Retórica, do músico Ian Dolabella, Viva Viva é um recorte singular da filosofia punk, “e um retrato dessa cidade que amo e odeio e que tanto me inspirou” diz a diretora. O documentário revisita cenas do filme “Punks” de 1983 (Sarah Yakni e Alberto Gieco) traçando um paralelo entre as realidades não tão distintas dos punks de hoje.
Viva Viva traz uma nova perspectiva sobre o movimento mais de três décadas depois, através de personagens conhecidos e desconhecidos no cenário punk de São Paulo, e bandas como Ratos de Porão, Inocentes, Dominatrix, Cólera, I Shot Cyrus entre muitas outras.
O documentário
Viva Viva foi filmado pela diretora Carolina Pfister entre os anos de 2003 e 2005, com cinematografia adicional de Pierre de Kerchove e assistência de produção de Pedro Carvalho, Kel Figueiredo e Richard Pfister.
Depois das fitas quase se perderem com o furacão Katrina, quando morava em New Orleans, e em um incêndio florestal na Califórnia, seis anos se passaram antes que a diretora finalizasse o projeto. Turbulento do começo ao fim.
Como não poderia deixar de ser, Viva Viva é um testamento “DIY”, o faça-você-mesmo, que começou como sub cultura através do punk nos anos 1970. Primeiro, como método de organizar seus próprios shows e, mais tarde, como a autossuficiência de se completar qualquer projeto por si só. A ética DIY é a essência da ideologia punk, e como movimento de periferia que começou durante a ditadura, “o punk brasileiro é o faça-você-mesmo em sua expressão mais criativa” afirma a diretora, “uma filosofia que ainda influencia minha vida e produção.”
A diretora
Carolina Pfister, hoje radicada em Portland (EUA), deixou o Brasil para um mestrado em cinema experimental logo antes do ataque terrorista de 2001. Em meio a uma onda xenofóbica e um clima incerto, a diretora percebeu um desconhecimento em relação a experiência urbana além das fronteiras do “primeiro mundo”, e uma expectativa folclórica sobre sua produção artística como sul-americana.
Para fornecer um contraponto a uma perspectiva, que achava distorcida e limitada, Carolina buscou um retrato urbano sobre outra brasilidade, mas nem por isso menos autêntica. Em um país conhecido por uma tradição musical fora do rock, o punk trouxe uma expressão catártica mais próxima às realidades urbanas.
Conheça duas gerações que moldam uma cultural global dissidente e criam a trilha do caos urbano. Sob o concreto de São Paulo, os punks nos convidam a abrir os olhos. Viva Viva!
Good Coffee!